Tudo sobre a região do Anhanduizinho
Campo Grande, sexta-feira, 15 de dezembro de 2023.
Sem brigas e sem apedrejamento ao ônibus, torcedores do Everton, de Aquidauana tiveram boa recepção e ainda festejaram o título sem confusão (Foto: Arquivo)
“Que coisa feia!” Caso as confusões que ganharam espaço na chamada ‘Grande Mídia’, tivesse sido registradas no futebol amador, com certeza a maioria dos torcedores teria dito em forma de pergunta, a seguinte frase: “também, quer o que? Em se tratando de futebol amador, tem que esperar é isso mesmo!”
Mas que nada! Justamente do futebol amador é que está vindo o melhor exemplo tanto dentro bem como fora de campo e para comprovar basta ler os noticiários esportivos.
Diante dos mais recentes registros, os jogadores profissionais de futebol do Brasil têm vivido sob um clima de medo e tensão com a recorrência de atentados de torcedores contra atletas, conforme os registros feitos na semana passada.
Com detalhe: jogadores profissionais, pois no amador, pelo menos há algum tempo que não se tem registros de tais fatos, pelo menos no campeonato promovido e recém-encerrado pela UEFA-MS, no caso a 1ª Liga Terrão Estadual.
Como se sabe, na referida competição, ao todo, participaram 162 times, que representaram 11 municípios, entre os quais, um de Andradina, interior de São Paulo.
Apenas o fato de ter times de diferentes cidades, os ânimos por si só, deveriam ficar exaltados, pois nesse caso, o bairrismo, ufanismo superam o amor clubístico e impera e muito.
A competição teve a comprovação do elevado grau de disciplina, até mesmo na realização do “torneio”, disputado no Programa de Assentamento Nova Alvorada (PANA), que reuniu jogos disputados por 22 times cujo campeão representou a localidade na competição, também não teve nenhum fato que ganhasse as manchetes e os comentários negativos. O torneio foi disputado em clima cordial e festivo, inclusive com festa de confraternização.
Na contramão, as confusões e as agressões sofridas pelos jogadores profissionais, que tiveram repercussões, foram registradas em times participantes dos principais campeonatos estaduais de futebol profissional, espalhados pelo país afora, enquanto que, no futebol amador, pelo menos na recém-encerrada 1ª Liga Terrão Estadual, competição essa que foi promovida e organizada pela União Esportiva de Futebol Amador (UEFA-MS), nenhum caso semelhante aos que foram destaques nacionais e de forma negativa, foi registrado.
Brigas
Não fugindo à regra, uma das confusões registradas, aconteceu no jogo válido pelo Estadual de MS, entre as equipes do Operário e Costa Rica, disputado domingo (20), em Sidrolândia, quando houve uma baita confusão, no vestiário do Galo.
O referido jogo foi disputado no período da tarde naquela cidade e coincidentemente no período da manhã, na Capital de MS, na decisão da 1ª Liga Terrão Estadual, jogaram as equipes do Everton, de Aquidauana e Comercial/Despachante Três Lagoas.
Notem dois times de cidades diferentes jogaram em outra cidade, também diferente e tanto jogadores bem como torcedores, deram um show à parte, no quesito disciplinar e no comportamento, além é claro, do futebol de elevada categoria mostrada no terrão, pelos times finalistas.
Agressões
No chamado futebol profissional, conforme os noticiários que ganharam destaques, jogadores do Bahia, Grêmio, foram atacados, à base de pedradas, sendo que no episódio envolvendo os gremistas, devido à onda de agressão, o clássico GRE-NAL, que seria disputado no fim de semana passado, acabou sendo adiado.
O caso das agressões contra os jogadores do Bahia aconteceu após a partida contra o Sampaio Correia, pela Copa do Nordeste.
Jogadores do Náutico, de Recife, também foram atacados, com pedradas atiradas na van que os transportavam; em Maringá, a delegação do Cascavel teve vidros do ônibus quebrados com as pedradas jogadas pelos torcedores adversários.
Invasão
Em Curitiba, torcedores do Paraná Clube invadiram o campo tentando agredir os jogadores do time, em função do rebaixamento do mesmo para a série B, do Estadual daquele Estado.
Racismo
Em Caxias do Sul, as lamentáveis cenas de racismo sofridas por um jogador do Caxias.
Na verdade cenas tristes e deprimentes, que contribuem ainda mais para o empobrecimento do já combalido futebol profissional, que há tempo perdeu o brilho, a arte, do espetáculo e com essas cenas, cada vez mais o público formado por pessoas de bem, vai a larga escala se afastando dos confortáveis estádios de futebol ou arena, como são chamados agora e buscam no futebol amador, sob intenso sol, poeira, os momentos alegres, descontraídos e de pura alegria mostrada no chamado “Esporte Bretão.”
Na contra mão desses registros, o futebol amador, pelo menos os campeonatos promovidos e organizados pela União Esportiva de Futebol Amador (UEFA-MS), têm mostrado o contrário dessas confusões generalizadas e que cada vez mais, empobrece o futebol profissional.
Enquanto o “pau quebrava” em campeonatos de outros Estados, válidos pela categoria profissional, na 1ª Liga Terrão Estadual, promovido pela UEFA-MS, time de Corumbá jogou em Aquidauana, acompanhado pelos seus torcedores e no local, além da calorosa recepção, foi servido delicioso almoço para todos, pela diretoria do Everton.
Também sem brigas ou apedrejamento ao ônibus, torcedores da Família Medeiros, do time de Corumbá, tiveram além da boa recepção, almoço de confraternização (Foto: Arquivo)
Em Dourados, aconteceu à mesma recepção para as delegações e torcedores dos times das cidades de Três Lagoas, Aquidauana e Campo Grande. Na ocasião, uma galinhada. Nos jogos, nenhuma briga ou agressão, envolvendo jogadores e torcedores, ao menos foi registrada.
Nesses eventos envolvendo times de cidades diferentes, normalmente é comum aflorar a rivalidade, o bairrismo e até mesmo o ufanismo. Mas nenhum dos adjetivos citados ao menos foi registrado pelos visitados ou pelos visitantes.
Em campo Grande, na Arena São Caetano, jogaram os times da Associação Atlética Amadora (AAA), da Tribo Indígena Tereré, de Sidrolândia que trouxe à Capital de MS, dois ônibus e vans com torcedores para assistirem o jogo contra a Seleção de Corguinho.
Sob os olhares e aplausos dos torcedores, jogadores e torcedores da Associação Atlética Amadora, da Aldeia Tereré, mostraram parte cultura da etnia (Foto: Arquivo)
Outro show à parte e desta feita, demonstrada pelos torcedores do time de Sidrolândia que cantaram e festejaram a vitória com ritual indígena e foram aplaudidos por todos, pois mostraram além do bom futebol a rica cultura, com danças e louvações.
Na Capital de MS, as duas delegações e os torcedores foram muito bem recebidos pelos torcedores locais e pelos diretores da UEFA-MS.
Vale destacar que na referida competição, não tem o aparato que os times profissionais têm, como por exemplo, policiamento.
Na Liga Terrão, da UEFA-MS é tudo resolvido na palavra!
Conforme informou o presidente da entidade, Cleiton Ferreira, não foi registrado nenhum grave incidente, ao longo do campeonato, na Capital e muito menos, no interior e segundo o mesmo, na verdade aconteceram os tradicionais e conhecidos “empurra-empurra” e conforme o relatório feito pelos árbitros dos jogos ao lado dos organizadores locais, dependendo dos casos, os envolvidos foram punidos exemplarmente.
“É claro que, pelo fato de ser uma modalidade de contato, nervos à flor da pele, sangue quente, aconteceram pequenos desentendimentos. Agora, os ‘empurra-empurra’, de baixo grau, que sempre resultam em brigas generalizadas, nenhum caso foi registrado. Não tivemos nenhuma intercorrência e os lances registrados, são coisas oriundas do futebol. Mas em nenhum dos casos, alias que foram poucos a bem da verdade, nada que pudesse denegrir imagem da competição. Não houve nada envolvendo os torcedores. A questão disciplinar na verdade também superou as nossas expectativas tanto que em nenhum momento, precisamos acionar o Tribunal da Justiça Desportiva do Futebol Amador da UEFA-MS, para que analisasse e julgasse a ação de algum jogador ou de algum time”, festejou o presidente da UEFA-MS, Cleiton Ferreira.
0 Comentários
Os comentários estão fechados.